sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Amamentar

Este é um tema que dá pano para mangas!

Acima de tudo, é uma decisão pessoal da mãe! O pai também deve estar incluído, mas o opinião da mãe, a meu ver, deve ser maioritária!

Não é fácil amamentar! Pelo menos para mim não foi nas primeiras semanas! O apoio médico e de enfermagem foi importante, e sem esse apoio no hospital não teria conseguido ir avante com a minha vontade de amamentar!

Mas voltando um pouco atrás! Quando engravidei não pensei muito no assunto. Inicialmente até nem achava que fosse algo tão necessário e importante para o bebé. Não tinha grande opiniao sobre o assunto. A maior parte das pessoas que conhecia (mais velhas, essencialmente), tinham amamentado muito pouco ou nada mesmo e as vezes que tinha ouvido falar de amamentação tinha sido de forma depreciativa. Lembro-me, por exemplo, de ouvir uma notícia sobre a Adelaide de Sousa que ainda amamentava o filho aos 2/3 anos, já não sei bem, situação que era comentada como "estranha". De resto, sempre ouvi frases do género "o meu leite era fraco", "secou ao fim de uma semana", "ele era muito comilão e não chegava", "tinha dores horríveis", "ele mordia", "As fórmulas são muito completas", e assim se foi criado no meu imaginário uma imagem repleta de mitos sobre a amamentação. Felizmente, duas colegas de trabalho falaram muito bem da amamentação, realçando a importância da ligação mãe-bebé e de como aqueles tempos tinham sido bons. Também uma grande amiga insistiu e viu-se bem sucedida na amamentação. Assim, quando a enfermeira me pergunta, às 30 semanas se eu ia dar de mamar, respondi prontamente, "sim sim, tenho é muitas dúvidas que queria esclarecer consigo". Quando, semanas mais tardes, fui a uma consulta e vi num cartaz que a MAC era um hospital amigo dos bebés, apoiando a amamentação não tive dúvidas que estaria em boas mãos.

Quando a bebé nasceu, não foi fácil, visto que ela não pegava bem no peito, adormecia muitas vezes e eu ansiosa com o aumento tímido de peso. No início foi duro, houve vezes que tinha vontade de chorar de pensar que aquele tesouro com pouco mais de 3 kilos podia ter fome e que eu era a única responsável. Os comentários "deve ser fome" depois da bebé ter comido há 15 minutos também não ajudavam. Se soubesse como ia ser, não quereria visitas de determinadas pessoas pelo menos no primeiro mês. Pode parecer cruel, mas o que é mais importante? As visitinhas ou o nosso bebé e a saúde dele.

Felizmente correu tudo bem e com 1 mês já tinha aumentado o que perdeu e mais qualquer coisa. Daí para a frente as coisas melhoraram ainda mais com uma média de 250 g semana. Quando começaram a aparecer os refegos nas pernocas lá se calaram as más línguas que a bebé teria fome. É duro! Sei que estamos mais sensíveis quando temos o bebé, mas é uma pressão enormíssima sobre a mãe! É a pressão das visitas, de ter a casa limpa, de estarmos bem, de emagrecermos, de termos leite para o bebé, de não ter má cara de quem acorda de hora a hora e ainda mais ter um bebé que exige tanto de nós. É a maior resistência ao stress que há! Acredito que serei melhor profissional quando retomar a minha actividade laboral, pois tornei-me mais eficiente, polivalente e rápida a fazer tudo, além da gestão de conflitos e stress que também foi melhorada.

Mas voltando ao meu percurso. A partir dos dois meses, a amamentação tornou-se mais fácil, já não doía, já não sentia tanta vergonha em amamentar perante outras pessoas, sendo que, ainda me resguardo no quarto com determinadas pessoas. É uma questão dos outros me deixarem à vontade e não tomarem a amamentação como um acto estranho.

Decidi que iria fazê-lo até ser possível! Assim, a bebé já fez 5 meses e continuo a amamentar em exclusivo. Mais duas semanas e vou introduzir as sopas. Depois disso, quero que continue até ser possível, sem planos, sem dramatismos, sem stress.

"Amamentar é um acto de amor, mas antes de mais é informação, vontade, resiliência e robustez emocional".

Aproveito para partilhar este blog. Fala sobre amamentação: http://amamentartudodebom.blogspot.pt/2010/08/as-lendas-da-amamentacao.html 

Vale a pena ler!!!

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